Ilustração: David Jesus Vignolli
No início dos anos 70, Jagannah, um santo considerado como um dos maiores, saiu do seu retiro solitário nos Himalaias para assistir a um programa de Sahaja Yoga. Recluso por dezenas de anos nas encostas isoladas do “Teto do Mundo”, tendo transcendido os desejos terrestres, não buscando mais nem mestre nem discípulo, abandonando toda glória, Jagannah era um guru já muito avançado na percepção do Si, e na busca do Absoluto.
Seu discípulo, que o havia seguido durante alguns anos, o advertira de que o despertar da Kundalini, chave da Realização do Si, estava hoje à disposição de todo buscador que encontrasse esta personalidade fora do comum chamada Shri Mataji Nirmala Devi.
Muito incrédulo – compreende-se – Jagannah quis verificar de perto, indo ele mesmo no programa da Realização do Si que foi organizado num subúrbio de Delhi. Ele aguardava com alguns milhares de pessoas presentes quando, de repente, um poderoso sopro penetrou no hall e refrescou o calor úmido daquela tarde de verão.
No mesmo momento, ele viu as Kundalinis dos buscadores elevaram-se acima de suas fontanelas. Era então verdade!… Shri Mataji acabava de entrar no hall e preparava-se para dar sua conferência. Jagannah prostrou-se a seus pés chamando-a: “Adi Maya! Adi Maya!” Jamais, no seu conhecimento, um tal evento teve lugar.
Sempre o despertar da Kundalini foi a sorte de seres excepcionais e despertá-la era uma tarefa difícil, requerendo anos de ascese e de purificação. Mas, com Shri Mataji Nirmala Devi, esse processo excepcional parecia produzir-se naturalmente. A Realização da Si tornou-se espontânea e coletiva. Uma nova era se anunciava para a Humanidade.
Esse artigo foi originalmente publicado no jornal da Yuva Shakti Brasil – Satya Yuva em 2003 durante as celebrações de 80 anos do aniversário de Shri Mataji.