No período turbulento, cerca de 500 a.C., Shri Krishna veio no afã de restaurar o Dharma, conforme explicitou no Bhagavad Gita: “Sempre que ocorre um declínio da retidão e um incremento da imoralidade, surjo sobre a face da Terra”. Cristo também falou: “Orarei para o Pai e Ele vos enviará um outro Confortador que permanecerá entre vós para sempre”. A manifestação dessa realidade espiritual, na era moderna, foi prevista por videntes realizados e sábios, além de poetas e artistas realizados. Na Inglaterra, William Blake profetizou, em sua obra poética, a vinda da era em que os Homens de Deus se tornariam profetas, com poderes de fazer outros profetas. Muitos dos lugares especificamente mencionados por Blake provaram estar intimamente ligados com o desenvolvimento da Sahaja Yoga na Inglaterra. Esses textos antigos estão repletos de provas a respeito do advento de Shri Mataji como a Salvadora dos tempos modernos. Sua pessoa, Suas palavras, e a Nirmala Vidya que Ela ensinou constituem a concretização dessas profecias. Cada uma dessas predições foram demonstradas no trabalho vivo de Shri Mataji Nirmala Devi. E para contar como tudo começou, ninguém melhor que seu próprio irmão, o falecido Babamama descreve em seu livro, Minhas Memórias.
“Nos meados de 1922, minha mãe engravidou novamente e, dessa vez, tanto ela quanto meu pai desejaram que fosse uma menina. No início de março de 1923, quando minha mãe já estava quase na iminência de dar à luz, ela expressou a seu marido o desejo de ver um tigre solto no habitat natural. Constitui um costume dos indianos satisfazer todos os desejos de uma esposa gravida. Isso se baseia na crença de que os desejos manifestados pela mãe grávida são, na realidade, da criança que irá nascer. A despeito dos protestos da parteira de minha mãe, meu pai organizou uma expedição de caça numa floresta da vizinhança. A fim de afastar os animais de seus esconderijos, percutiram-se muitos instrumentos, como, por exemplo, tambores e matracas (conhecidas como Haka, em hindi). Entrementes, meus pais permaneceram sentados numa plataforma elevada (Machan, em hindi). Após algum tempo, um enorme tigre veio em direção à linha de mira de meu pai, que armou o rifle a fim de abater o animal. Minha mãe olhou, cuidadosamente, para o animal, percebeu que se tratava de uma tigresa grávida e solicitou, de imediato, a meu pai que não atirasse no animal. Quando ele perguntou por que motivo não podia atirar, minha mãe lhe disse que queria, na verdade, ver um animal vivo e não um que houvesse sido morto. Acrescentou ainda que a tigresa estava prestes a parir os seus filhotes, que isso fez com que fossem despertados nela sentimentos maternais e daí porque não queria que tigresa fosse abatida. Meu pai então observou, chistosamente, que minha mãe deveria estar para dar à luz a Shri Durga, a Deusa que cavalga um tigre.
Esse evento ocorreu no mês de março de 1923. Naquela época, não havia nem médicos obstetras ou ginecologistas e nem maternidades. Os partos eram, geralmente, feitos em casa por uma parteira. A parteira, parente de meu pai, era parteira muito experiente e, por isso, seus serviços foram solicitados. Um pequeno quarto no meio da casa foi reservado para o parto. Não havia sinal algum das dores do parto ou nenhuma indicação de que o bebê estivesse prestes a nascer. No entanto, na manhã do dia 21 de março de 1923, minha mãe começou a sentir, de repente, como se fosse ter as dores do parto. Foi então conduzida para o pequeno quarto que havia sido reservado para esse fim. Quando chegou o meio-dia, deu à luz uma menina radiante e muito bonita. A menina não tinha qualquer mancha em seu corpo e sua cabeça era coberta de um cabelo preto e espesso. O nascimento dessa criança foi peculiar por vários motivos:
Minha mãe sofreu pouco com as dores do parto.
A criança demorou a chorar. De fato, foi a parteira que fez com que chorasse. A criança possuía olhos brilhantes e cintilantes, bem como um sorriso muito doce. A criança nasceu no meio-dia do dia 21 de março. Nesse dia, o Sol completa a sua trajetória do Equador para o Trópico de Câncer, quando tem início uma luminosidade solar mais brilhante e intensa, principalmente na Índia. É também a época em que a duração do dia e a duração da noite são iguais.
A criança nasceu em Chindwara que se localiza na mesma longitude do trópico de Câncer. Coincidentemente, a cidade sagrada de Meca também está situada no Trópico de Câncer.”
A infância de Shri Mataji foi dotada de milagres, era uma criança que gostava muito de brincar, não estranhava ninguém. Tinha um sorriso doce e encantador. E “impressiona” o fato Dela recordar todos os eventos de Sua vida desde o dia do nascimento, com total clareza. Shri Mataji ajudou na criação dos Seus irmão mais velhos e participou ativamente da luta pela libertação da Índia. Pouco antes da Índia se tornar uma nação livre, Shri Mataji se casou com Sir C. P.. A cerimônia ocorreu no civil no dia 7 de abril, sem nenhum ritual religioso, e contou com a presença de inúmeros líderes nacionais.
Em 30 de janeiro de 1948, Gandhi foi morto. Shri Mataji que morava próxima a ele, ouviu de sua casa, três tiros. “… Shri Mataji havia se encontrado com Mahatma Gandhi, um dia antes de ser assassinado, e que este tomando sua filha em seu colo, disse: “Nepali (forma como Gandhi costumava chamar Shri Mataji), você continua a mesma e agora tornou-se uma mãe. Quando é que você começará o seu trabalho espiritual? Agora somos livres e você pode começar tudo aquilo que quiser fazer.”
Em 15 de fevereiro de 1955, o pai de Shri Mataji já delirava completamente na cama, e todos os filhos reuniram-se em torno dele. Ele perguntou à Shri Mataji: “você conseguiu descobrir o método?”. Ele estava perguntando a respeito da “realização em massa”.
Esse artigo foi originalmente publicado no jornal da Yuva Shakti Brasil – Satya Yuva em 2003 durante as celebrações de 80 anos do aniversário de Shri Mataji.